sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

VOCÊ

Você? Sim foi só você que em uma madrugada de desencontros me encontrou. Eu vinha segurando os pedacinhos do meu coração que havia sido quebrado, nos esbarramos e todos os pedaços que estavam em minhas mãos se espalharam, você riu do acidente e me ajudou a juntar os pedacinhos com uma risada contagiante fez uma madrugada de decepções virar um momento de reencontro. Sim reencontro porque tenho certeza que te conheço de outras vidas em que já me fizeste muito feliz. Você chegou e mesmo sem sentir fisicamente a sua presença a tua voz me trouxe paz. Quem convida uma mulher as 3 horas da manhã para uma visita a casa de um desconhecido? Você convidou, não fui mas tive a noite mais bonita da minha vida, assim como a semana seguinte em que não nos desgrudamos um só minuto. Dois malucos que fizeram milhões de planos para o futuro sem nem mesmo terem se visto pessoalmente. Até que chegou o primeiro encontro, que dia difícil para me concentrar em qualquer coisa que não fosse no nosso encontro. Imaginava como seria, ensaiava nosso dialogo na minha cabeça. O que eu falaria para você se já éramos tão íntimos? A cada minuto que passava mais eu sorria e foi assim por todo o caminho até o local combinado. Vi você chegando mas não quis estragar a surpresa, fiquei te observando entrar e sentar parecia também estar ansioso. Tá não era o Brad Pitt era só um gordinho com cara de nerd e vestido de roqueiro, um gigante irlandês barbudo, coque samurai e os olhos verdes e tímidos que se desviavam dos meus sempre que nossos olhares se cruzavam. Eu mexia em minhas pulseiras e falava sem parar coisas aleatórias enquanto você balançava a perna o tempo todo e foi bem constrangedor ali naquela mesa do shopping conhecer um conhecido isso não fazia sentido para nós dois. Então você me levou dali e eu fui sem questionar apenas embarquei no teu perfume e na certeza que era você quem eu sempre procurei, pulamos todas as etapas e me vi nos teus braços. Como não me sentir segura no teu abraço? Eu parecia tão pequena perto de você. Me vi com você no sofá vestida com a tua camisa, comendo pizza, rindo e assistindo o teu filme preferido. Uma cena digna de comédia romântica indicada ao Oscar de melhor roteiro. Que louco isso conheço você a algumas horas e as afinidades só aumentam. Dormimos abraçados e nem você roncando me impediu de me sentir a mulher mais feliz do mundo. Acordei olhei em volta não reconheci o quarto e pensei devo estar sonhando, fechei os olhos e voltei a dormir. Acordei quando ouvi tua voz me dando bom dia. Tive certeza que era tudo realidade quando você se jogou na cama dizendo que ia acordar a mulher mais bonita do mundo, ficou farejando feito um cachorrinho querendo colo e me enchendo de beijo. Era uma realidade que eu nunca tinha vivido e foi assim por um tempo até você destruir nosso castelo. Não consigo parar de me perguntar o que aconteceu com você. Por que você mudou? Você não gostava de mim? O que eu fiz de errado? Tem tantas perguntas sem resposta mas que não fui atrás de você para saber só aceitei teu silêncio. Me afastei e voltei para a cena inicial quando nos encontramos, onde eu estava com os pedacinhos do meu coração na mão, mas dessa vez não tem você para me ajudar a montar, justo agora que está muito despedaçado e quando o coração fica assim os olhos transbordam e o sono vai embora nas madrugadas. Ficou muito chato sem você para dividir o dia, sinto falta do "bom dia meu amor" e de todas as outras coisas que fizeram parte da minha vida quando você estava junto. A única pergunta que preciso da resposta agora é: Como faço para esquecer você?

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

NÃO É FEMINISMO É AMOR PRÓPRIO

Lendo um texto intitulado “As mulheres que dão no primeiro encontro são para casar” me instigou a vontade de escrever sobre como nós mulheres somo injustiçadas, vitima de preconceito, mas principalmente aquelas que se rebelam contra o que a sociedade prega como correto, essas sofrem muito mais. Sim eu dou no primeiro encontro se for a minha vontade, mas o correto é a mulher ser comportada, ter no máximo dois homens na vida, casar ter filhos e ser feliz para sempre com o escolhido para ocupar lugar de destaque na sua vida. Mas o que dizer das criaturas que desafiam tudo isso e vão além como eu. Eu sempre sofri preconceito por enfrentar a vida de forma leve, não me ligo em estereótipos e regras que as mulheres devem seguir, sou bela, porém não sou recatada nem do lar. Fui atrás dos meus sonhos em um momento que não era tão comum uma menina enfrentar o mundo e se rebelar sobre casar e ter filhos e hoje sou a encalhada do grupo de amigos. Sofri preconceito e a maioria velados que são os piores, como trancar meu carro e eu ter que mostrar toda a minha habilidade ao volante para sair da vaga, ser xingada no trânsito simplesmente por ser mulher e cuidadosa, ser tratada como puta nas festinhas por estar sozinha. Mas de tudo que eu passei o pior sempre foi o preconceito das mulheres. Sempre ser questionada por estar acompanhada mas nunca apresentar como namorado, pela quantidade de homens que andam comigo, de falar abertamente sobre sexo ou simplesmente chegar junto e dar em cima de um garoto que estou afim. Não basta só ser tachada pelos homens de puta, você também é hostilizada pelas mulheres que aprendem a passar seu titulo de propriedade do pai para o namorado que deve se tornar futuro marido. Meu título de posse é meu nem meu pai teve acesso não vai ser qualquer um que vai chegar cantando de galo no meu galinheiro. Isso não é rebeldia e sim porque me amo como mulher, como alguém que consegue decidir seu futuro sozinha, mas isso não quer dizer que vou ser a solteirona e que odeio homem mas sim que amo tanto os homens que não preciso passar a responsabilidade de conduzir a minha vida para outra pessoa.